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BNDES: Vocação para o impacto socioambiental positivo

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O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) possui, por essência, impacto socioambiental positivo como uma de suas vocações.  Esse compromisso está em seu propósito “de transformar a vida de gerações, promovendo desenvolvimento sustentável” e em sua missão “de viabilizar e propor soluções que transformem o setor produtivo e promovam o desenvolvimento sustentável”.

Portanto, é esperado que o BNDES incentive o desenvolvimento de negócios de impacto, definidos como empreendimentos com o objetivo de gerar impacto socioambiental e resultado financeiro positivo de forma sustentável.  Existem múltiplas formas de apoio a empreendimentos com essas características e a mais recente pesquisa anual do Global Impact Investing Network (GIIN) com investidores de impacto, de 2020, indica que instrumentos de dívida privada (private debt) e de capital de risco (private equity) são os mais difundidos entres os investidores, ao passo que emissões públicas de ações e títulos de dívida também possuem grande peso no volume total investido. Enquanto instrumentos privados são capazes de alcançar pequenos negócios, instrumentos públicos possuem alta volumetria e demonstram o amadurecimento da indústria de investimento de impacto e o aumento do número de empresas certificadoras e da estruturação de instrumentos de dívida relacionados ao atingimento de metas socioambientais, como linked loans

Ao tratar especificamente de negócios de impacto pequenos, nascentes e startups, o BNDES tem buscado modernizar uma atuação de mais de 20 anos investindo em fundos de capital semente e venture capital, ao mesmo tempo em que desenvolve novas soluções também para crédito. Desde 2015 o BNDES coloca impacto socioambiental como segmento preferencial de atuação, desde 2018 utiliza metodologias de acompanhamento de impacto como critério classificatório para análise de fundos de crédito e participações e em 2021 realizou uma chamada pública específica para a seleção de até três fundos de capital de risco voltado para negócios de impacto. A estimativa é que o BNDES comprometa até R$ 500 milhões nessa iniciativa no decorrer de 2022.

Em adição ao aumento da oferta de capital para pequenos negócios de impacto, o BNDES tem buscado aumentar o número e qualificar empresas nascentes com essas características.  Assim direcionou a segunda edição do programa BNDES Garagem, iniciada em 2021, exclusivamente para negócios de impacto.  O programa, que contará com três turmas de aceleração (entre 2021 e 2023), com 45 startups cada, recebeu quase 1.400 inscrições em sua primeira turma, que priorizou as verticais de saúde, educação, cidades sustentáveis, govtech e sustentabilidade. Esses números mostram que o Brasil possui grande potencial para criar e desenvolver novas empresas e soluções que busquem a melhoria da qualidade de vida e a preservação do meio ambiente.

Entretanto, como indústria recente, o mercado de investimento de impacto ainda possui muitos pontos de melhoria. A pesquisa mais recente do GIIN indica que questões como impact washing, dificuldade em demonstrar e comparar impacto, bem como dificuldade em integrar impacto a decisões financeiras de investimentos aparecem de forma recorrente como os principais desafios elencados pelos investidores. O BNDES, enquanto investidor e alocador de recursos, compartilha dessas preocupações e apoia iniciativas que tragam mais transparência, comparabilidade e accountability à indústria. 

Para além de questões formais, há outros pontos fundamentais quando tratamos da realidade brasileira.  De forma não exaustiva, há a necessidade de aumentarmos a diversidade dos empreendedores que iniciam negócios de impacto, tanto em gênero, como em etnia, geografia e nível de renda. Há também necessidade de aumentar a diversidade nos demais entes da indústria, como certificadores, gestores de recursos e aceleradoras.  Afinal, uma visão múltipla e empática é necessária em todos os atores. Há ainda a necessidade de estruturar produtos financeiros que conversem com cada realidade.  Não se pode esperar que todo negócio de impacto seja um unicórnio (embora muitos tenham potencial para ser) e é preciso resgatar a importância de negócios que conversem com as comunidades em que estão inseridos.  Essa multiplicidade de possibilidades orienta o futuro dos negócios de impacto como uma força de transformação transversal, que deve permear diferentes modelos de negócios e levar a uma igual transformação na indústria financeira.  O BNDES, enquanto banco de desenvolvimento, seguirá participando desse processo, quer seja pela modernização de seus produtos existentes, quer seja pela busca de novas formas de atuação.

Por Filipe Borsato
BNDES Head of Fund Investments: venture capital; venture debt; private equity; private debt; impact investing; BNDES Garagem

 

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