|

HOME / O SIMPACTO / EMPREENDEDORISMO QUE TRANSFORMA

O SIMPACTO

Empreendedorismo que transforma

Negócios de impacto mudam o mundo. Para melhor.

Os tempos estão mudando e a forma de fazer negócios também. A crise atual reflete um sistema social, econômico e político fragilizado, que precisa urgentemente ser repensado. Mais do que nunca, o desenvolvimento sustentável necessita estar no centro da economia tradicional. A descarbonização, a bioeconomia e as energias renováveis não só impulsionam a transição ecológica, mas surgem como oportunidades de desenvolvimento. E a hegemonia da natureza adquire um papel fundamental na recentralização geopolítica do mundo.

Em 25 de setembro de 2015, 193 países se comprometeram com os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável e seu cumprimento para o ano de 2030, definindo as 169 metas que operacionalizam o andamento da Agenda da Organização das Nações Unidas (ONU) para se alcançar um mundo menos desigual e mais sustentável.

A crise ambiental, climática e social, aprofundada pela pandemia de Covid19, passou a exigir uma postura proativa e articuladora do Estado na promoção de políticas públicas para a dinamização econômica e justiça social. A iniciativa privada, por sua vez, iniciou a popularização de um capitalismo mais consciente, ensaiado no manifesto do movimento Imperative 21, e nas práticas de ESG (sigla para Ambiental, Social e Governança, em inglês) que se difundem atualmente em nível global. Milhares de empresas em todo o mundo assumiram o propósito de enfrentar desafios globais e locais – dispondo-se a repensar suas cadeias de valor para gerar transformações socioambientais positivas.

Neste contexto, os negócios de impacto social, ou apenas negócios de impacto, ganham visibilidade à medida em que aterrissam na prática os princípios da nova economia, apoiando a resolução de problemas sociais e ambientais que são objeto de políticas públicas. Entendidos como empreendimentos que têm como objetivo gerar, de forma sustentável, impacto socioambiental positivo e retorno financeiro ou econômico, os negócios de impacto apresentam-se hoje como um recurso de grande valor para a rápida e ampla expansão do novo modelo econômico.

O setor 2.5 nasce impulsionado por graves problemas sociais e ambientais, transpassado por mudanças tecnológicas exponenciais, marcado pela revolução digital e pelo aprofundamento da cultura de inovação e do propósito. A combinação das capacidades de inovação e de empreendedorismo permite a multiplicação de negócios orientados para a inovação de alto impacto, que são um motor crítico na geração de soluções para problemas importantes tanto na esfera pública quanto privada, e hoje fundamentais para alavancar a prosperidade econômica e social. As oportunidades de inclusão também são multiplicadas pela adoção da prática do empreendedorismo pelas camadas mais pobres da população e pela geração de novos produtos e serviços, focados em atender as necessidades há muito negligenciadas destes grupos sociais. Saiba mais.

A metodologia empresarial torna-se, assim, uma ferramenta para fomentar o desenvolvimento social, ambiental e econômico do país.

Agora, não basta mais ser só sustentável. Deixar de criar problemas ou mitigá-los ficou no passado. É preciso gerar valor social e ambiental positivo.

Neste cenário de transição, as oportunidades para o Brasil são significativas. O estudo “Uma Nova Economia para uma Nova Era: Elementos para a construção de uma economia mais eficiente e resiliente para o Brasil”, promovido pelo World Resources Institute (WRI), mostra que o país tem muito a ganhar adotando o crescimento verde e de baixo carbono como rota de saída da recessão econômica.

A transição para uma economia de baixo carbono abre possibilidades para o reposicionamento da indústria brasileira. Há uma janela de oportunidade para o desenvolvimento de tecnologias industriais menos poluidoras e é possível criar incentivos para que o setor privado desenvolva soluções tecnológicas nacionais para esses desafios. Uma estratégia que conjugue financiamento, apoio à inovação, compras públicas, tributação específica, extensão tecnológica e políticas de comércio exterior, criaria as bases para uma nova política industrial, unindo tecnologia e sustentabilidade – aponta o estudo do WRI. O Brasil pode aproveitar esse contexto desafiador e se posicionar internacionalmente, não apenas na agenda climática, mas também como uma potência industrial verde emergente.

Este conjunto de políticas voltadas para uma trajetória de crescimento, para o aumento de produtividade, de competição e preservação do capital natural e do meio ambiente incluiria:

Neste contexto, a agenda climática e a inovação tecnológica passam a orientar a nova visão de desenvolvimento.

43%

das emissões mundiais precisam ser cortadas até 2030 para evitar os piores efeitos das mudanças climáticas

R$ 2,8 tri

é o que uma retomada verde da economia adicionaria ao PIB do Brasil até 2030

2 mi

de empregos seriam gerados a mais do que o modelo econômico atual

U$ 7,9 tri

é a projeção dos prejuízos que as mudanças climáticas causarão à economia global até 2050

Sumário

Por quE negócios de impacto?

Você pode fazer parte do movimento rumo a uma economia mais regenerativa, inclusiva e sustentável. Cadastre-se no mapa do ecossistema de impacto do Brasil. Empreendedores, gestores públicos, dinamizadores, apoiadores e investidores - unidos pelo impacto socioambiental positivo.

“Uma Nova Economia para uma Nova Era: Elementos para a construção de uma economia mais eficiente e resiliente para o Brasil”

É urgente repensar valores, princípios e gerar ações práticas para modificar as pautas que conduziram a um mundo ameaçado pelas mudanças climáticas, pela perda da biodiversidade, contaminação e o consequente deterioro da qualidade de vida em comunidades urbanas e rurais. Ao mesmo tempo, é imprescindível trabalhar pela inclusão de milhões de pessoas no processo de geração de uma nova economia e de um modelo de desenvolvimento mais equitativo, que permita desacelerar as mudanças climáticas e aproveitar ao máximo as novas tecnologias digitais existentes.

Em 2019, o relatório da Plataforma Intergovernamental sobre Biodiversidade e Serviços Ecossistêmicos (IPBES) apontou que aproximadamente 1 milhão de espécies animais e vegetais de nosso planeta estão ameaçadas de extinção. Muitas devem desaparecer nas próximas décadas a menos que sejam tomadas medidas para reduzir a intensidade dos fatores de perda de biodiversidade. Sem estas ações transformadoras, haverá uma aceleração ainda maior na taxa global de extinção de espécies, que já é pelo menos dezenas a centenas de vezes maior do que a média dos últimos 10 milhões de anos.

O relatório IPBES foi aprovado pelos mais de 130 Governos na sétima sessão do Plenário, organizado pela UNESCO, em Paris. Seu principal objetivo é fornecer aos governos, ao setor privado e à sociedade civil avaliações atualizadas, cientificamente críveis e independentes, do conhecimento disponível para melhores evidências de decisões políticas informadas e ações em nível local, nacional, regional e global.

A saúde dos ecossistemas dos quais nós e todas as outras espécies dependem está se deteriorando mais rapidamente do que nunca. Segundo o relatório IPBES, a taxa de mudança global na natureza durante os últimos 50 anos é sem precedentes na história humana, impulsionada principalmente pelas alterações no uso da terra e do mar; exploração direta de organismos; mudanças climáticas, poluição e invasão de espécies exóticas. Setenta e cinco por cento da superfície terrestre está significativamente alterada, 66% da área oceânica está sofrendo impactos cumulativos crescentes, e mais de 85% das áreas úmidas foram perdidas. Aproximadamente metade da cobertura de corais vivos nos recifes de coral foi perdida desde 1870, com perdas aceleradas nas últimas décadas devido às mudanças climáticas.

Embora a taxa de perda de florestas tenha diminuído globalmente desde 2000, em grande parte dos trópicos altamente biodiversos, 32 milhões de hectares de floresta primária ou em recuperação foram perdidos entre 2010 e 2015. Globalmente, variedades e raças locais de plantas e animais domesticados estão desaparecendo. Essa perda de diversidade, incluindo a diversidade genética, representa um sério risco para a segurança alimentar global, minando a resiliência de muitos sistemas agrícolas a ameaças como pragas, patógenos e mudanças climáticas.

Muitos cientistas acreditam que estamos vivendo a sexta extinção em massa – a maior perda de vida na Terra desde a época dos dinossauros. Do oceano aberto às florestas tropicais, a abundância de pássaros, peixes, anfíbios e répteis está em queda livre, diminuindo em média mais de dois terços entre 1970 e 2018, de acordo com o 14ª edição do Relatório Planeta Vivo, elaborado pela ONG WWF. No último levantamento, o número era de 68%; há quatro anos, era de 60%.

A expansão agrícola, juntamente com a duplicação da área urbana desde 1992, foi associada ao crescimento da população e do consumo, e ocorreu principalmente às custas das florestas (principalmente florestas tropicais antigas), pântanos e pastagens. Mais de um terço da superfície terrestre está sendo usada atualmente para cultivo ou pecuária. No passado, as florestas tropicais cobriram cerca de 18 milhões de km2 da superfície terrestre. Atualmente, esta extensão foi reduzida à metade. A maior parte das perdas das florestas tropicais também ocorreu nos últimos 50 e 60 anos. Estima-se que mais de 50% das plantas e animais terrestres vivem em florestas tropicais.

Entre os biomas brasileiros, a Mata Atlântica foi reduzida a 12% de sua extensão original, o Cerrado perdeu metade de sua cobertura e a Amazônia teve 18% de sua floresta destruída em apenas 50 anos, de acordo com estudos do Mapbiomas,. Há evidências científicas de que o desmatamento de 20% a 25% da Amazônia pode levar à “savanização” do bioma, termo científico usado para “ponto de inflexão”. Isso acarretaria um aumento de cerca de 4ºC na temperatura da Amazônia, que ficaria parecida a um Cerrado degradado. O ponto de inflexão causaria mudanças substanciais e imprevisíveis nos padrões de chuva das regiões Norte, Centro-Oeste e Sudeste do Brasil. Cientistas advertem que a retirada da cobertura da floresta amazônica vem enfraquecendo os “rios voadores”, os fluxos de água que distribuem umidade por toda a América do Sul. Com consequência do enfraquecimento dos rios voadores, menos chuvas ocorreriam na bacia do rio Paraná e em grande parte do centro-oeste do Brasil. Interferências também seriam vistas em outros países da América Latina, com menos neve nos Andes e menos chuvas na Amazônia colombiana, no Uruguai, Paraguai e centro-leste da Argentina.

É importante destacar, neste contexto de degradação, que as terras indígenas abrangem cerca de 13% do território nacional (1,1 milhão de km²), abrigando 572 mil pessoas, segundo o Censo de 2010 do IBGE. Estudo publicado em 2019 por 14 pesquisadores brasileiros e estrangeiros na revista científica Land Use Policy mostra que 97.456 grandes propriedades rurais ocupam 1,8 milhão de km², o que corresponde a 21,5% do território nacional brasileiro.

Mudanças climáticas

Nos últimos 50 anos, a população humana dobrou, a economia global quase quadruplicou e o comércio global aumentou dez vezes, o que incrementou a demanda por energia e materiais. As emissões totais de CO₂ resultantes do consumo de energias fósseis — petróleo, gás e carvão — o principal causador do aquecimento global, inclusive as procedentes do desmatamento e uso do solo, vão alcançar 40,6 bilhões de toneladas, um pouco abaixo do nível recorde de 2019, segundo as projeções para 2022 do projeto Global Carbon, que reúne mais de cem cientistas de 80 instituições.

Desde a era pré-industrial até hoje, a humanidade já emitiu 2,4 trilhões de toneladas de CO₂. Desse total, 58% foram emitidos entre 1850 e 1989, e 42% entre 1990 e 2019. Dezessete por cento de todo o carbono emitido foi lançado no ar apenas na última década, segundo o Painel Intergovernamental sobre Mudança Climática (IPCC). A civilização industrial elevou em 30% os níveis de CO2 no planeta em pouco mais de 60 anos. Em consequência, as regiões polares estão aquecendo mais rapidamente que outras regiões.

Para cumprir o principal objetivo do Acordo de Paris de 2015, que é limitar a elevação da temperatura a 1,5 ºC com relação à era pré-industrial, as emissões de gases estufa devem diminuir 45% até 2030. Isso não ocorrerá sem um aumento disruptivo da ambição climática dos países do G20 – que respondem por 75% das emissões do mundo – até 2030:
O relatório IPBES aponta que as tendências negativas em relação à conservação da biodiversidade devem continuar ou piorar em muitos cenários futuros em resposta a fatores indiretos, como o rápido crescimento da população humana, produção e consumo insustentáveis ​​e desenvolvimento tecnológico associado. Em contraste, mudanças expressivas na produção e consumo de energia, alimentos, rações, fibras e água, uso sustentável, repartição equitativa dos benefícios decorrentes do uso e adaptação e mitigação do clima apoiarão melhor a realização de futuros objetivos sociais e ambientais. O relatório destaca a necessidade de reorganização estrutural do sistema por meio de fatores tecnológicos, econômicos e sociais, incluindo paradigmas, objetivos e valores.

Você sabia que…

A grande expansão na produção de alimentos, rações, fibras e bioenergia ocorreu às custas de muitas outras contribuições da natureza para a qualidade de vida, incluindo regulação da qualidade do ar e da água, regulação do clima e provisão de habitat.

De acordo com o Relatório IPBES, a degradação da terra reduziu a produtividade em 23% da área terrestre global, e entre US$ 235 bilhões e US$ 577 bilhões na produção anual global de culturas está em risco como resultado da perda de polinizadores.

Os registros cumulativos de espécies exóticas aumentaram 40% desde 1980, associados ao aumento do comércio. Quase um quinto da superfície da Terra está em risco de invasões de plantas e animais, impactando espécies nativas.

Nos ecossistemas de água doce, uma série de ameaças combinadas que incluem mudanças no uso da terra, incluindo extração de água, exploração, poluição, mudanças climáticas e espécies invasoras, são predominantes.

As atividades humanas tiveram um impacto grande e generalizado nos oceanos do mundo. Estes incluem a exploração direta, em particular a sobreexploração, de peixes, moluscos e outros organismos, poluição terrestre e marítima, inclusive de redes fluviais, e mudanças no uso da terra/mar, incluindo desenvolvimento costeiro para infraestrutura e aquicultura. A poluição plástica marinha, em particular, aumentou dez vezes desde 1980, afetando pelo menos 267 espécies, incluindo 86% das tartarugas marinhas, 44% das aves marinhas e 43% dos mamíferos marinhos.

Emissões de gases de efeito estufa, resíduos urbanos e rurais não tratados, poluentes de atividades industriais, de mineração e agrícolas, derramamentos de óleo e despejo de tóxicos tiveram fortes efeitos negativos na qualidade do solo, da água doce e da água marinha e na atmosfera global. Ecossistemas marinhos e terrestres são os únicos sumidouros das emissões antropogênicas de carbono, com um sequestro bruto de 5,6 gigatoneladas de carbono por ano (o equivalente a cerca de 60% das emissões antropogênicas globais).

Acesse a publicação completa do Painel Intergovernamental sobre Mudança Climática (IPCC)/ Sexto Relatório de Avaliação (AR6)

Socialmente nossos problemas são igualmente graves. De acordo com o Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR), o número de deslocados por guerras, violência, perseguições e abusos de direitos humanos no mundo alcançou em 2022 a marca inédita de 100 milhões de pessoas. Em 2021, o número já era de 89 milhões, o dobro do verificado há 10 anos.

E embora a produção de alimentos hoje seja suficiente para satisfazer as necessidades globais, aproximadamente 11% da população mundial está desnutrida, e doenças relacionadas à dieta são responsáveis ​​por 20% da mortalidade prematura, tanto devido à desnutrição quanto pela obesidade.

O mais recente relatório do Banco Mundial, Poverty and Shared Prosperity (Pobreza e Prosperidade Compartilhada) oferece a primeira análise completa do cenário global da pobreza após a onda de choques que afetaram a economia global ao longo dos últimos anos. O relatório estima que a pandemia levou aproximadamente 70 milhões de pessoas à pobreza extrema em 2020, o maior aumento ocorrido em um ano desde o início de seu monitoramento global em 1990. Isso levou aproximadamente 719 milhões de pessoas a subsistirem com menos de US $2,15 por dia no final de 2020.

A fortuna de bilionários aumentou em cerca de US$5 trilhões na pandemia da covid-19, segundo novo relatório da Oxfam, Lucrando com a dor. (https://www.oxfam.org.br/forum-economico-de-davos/lucrando-com-a-dor/) Os 2.668 bilionários do mundo hoje – 573 a mais que em 2020 — têm uma fortuna que chega a US$ 12,7 trilhões, um aumento de US$ 3,78 trilhões em relação a março de 2020. O estudo da Oxfam revela ainda que a riqueza total destes bilionários é hoje equivalente a 13,9% do PIB global – quase três vezes maior do que o verificado em 2000 (4,4%).

No Brasil também houve um aumento significativo das desigualdades e da pobreza nos últimos anos. O número de favelas dobrou na última década, conforme revela o levantamento “Um país chamado favela 2022” divulgado pelo Data Favela em parceria com a Central Única das Favelas (Cufa) e o Instituto Locomotiva. O país tem hoje 13.151 favelas – o dobro do registrado há dez anos (eram 6.329 favelas em 2012) – e cuja população chega a 17,1 milhões de pessoas. Se as favelas brasileiras fossem um estado, este seria o quarto maior do país.

Dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que, em 2021, o número de brasileiros vivendo abaixo da linha da pobreza aumentou 22,7% na comparação com 2020. Já o número de pessoas em situação de extrema pobreza saltou 48,2% no mesmo período. Os dois aumentos foram recordes. Desde 2012, o país não havia registrado um avanço tão grande da pobreza e, sobretudo, da extrema pobreza. Em números absolutos, 11,6 milhões de brasileiros passaram a viver abaixo da linha da pobreza. Outros 5,8 milhões passaram a viver em condições de extrema pobreza.

Com esse crescimento, o Brasil passou a ter 62,5 milhões de pessoas abaixo da linha da pobreza, dos quais 17,9 milhões eram extremamente pobres. Isso equivale a dizer que 29,4% da população do Brasil estava pobre e 8,4%, extremamente pobre. O Banco Mundial considera em situação de pobreza as pessoas que ganham em média até R$ 486 mensais per capita e, em situação de extrema pobreza, quem vive com R$ 168 por mês.

Neste contexto, a palavra transição não é alegórica: significa partir para um novo modelo econômico mais sustentável, que gere impactos sociais, ambientais ou econômicos positivos no processo. Cada vez mais urbanizadas e populosas, as cidades do século XXI devem demandar o aumento da capacidade de suprimento de energia, transportes, infraestrutura tecnológica, água potável, habitação, saúde, educação, espaços públicos e oportunidades socioeconômicas para todos. Nesse cenário, é essencial garantir que as desigualdades não se acumulem.

Negócios e investimentos de impacto (ou de triplo impacto) representam, portanto, uma inovação fundamental para responder ao agravamento da crise socioambiental. São atividades produtivas baseadas no chamado trilema: crescimento econômico, desenvolvimento sustentável, maior coesão social — os três Ps da prosperidade, das pessoas e do planeta. Representam uma forma de complementar, a partir do setor privado, políticas públicas que respondam aos problemas socioambientais.
Cada vez mais, afirma-se a convicção de que este modelo de negócio representa uma alternativa fundamental para o sistema econômico alcançar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável e fortalecer o caminho para a transição ecológica.

Com o propósito de gerar impactos socioambientais positivos, os negócios de impacto moldam uma nova forma de atuar no campo do empreendedorismo, focada na promoção de benefícios para a coletividade.

O espírito do século XXI é a colaboração.

O quê são negócios e investimentos de Impacto?

Os negócios de impacto possuem particularidades importantes que os diferem de um “negócio comum”.

Este tipo de negócio nasce do desejo de protagonizar soluções para os grandes desafios sociais e ambientais – e de aportar soluções de uma forma financeiramente sustentável, por meio da oferta de produtos e serviços, sem depender de doações.
O negócio de impacto expressa de maneira clara a sua intencionalidade (missão/propósito) de resolver, ao menos em parte, um problema social e/ou ambiental. Uma prática comum é alicerçar sua tese de impacto em um dos 17 ODS (Objetivos de Desenvolvimento Sustentável) definidos pela ONU. O sucesso não é medido somente pelo lucro gerado em um determinado período, mas também pelo impacto positivo criado para as pessoas ou para o meio ambiente.

É importante ressaltar que a geração de impacto socioambiental e a sustentabilidade financeira devem estar presentes na atividade principal da organização. Ou seja, a atividade principal, que gera receita, deve ser a mesma que gera impacto. Não é uma ação pontual de responsabilidade social e/ou ambiental. Negócios de Impacto são empreendimentos que promovem resultados sociais e ambientais positivos e que conseguem mensurar este impacto. Cooperativas e ONGs também podem atuar como negócios de impacto, desde que busquem resultado financeiro positivo.

Estes modelos de negócio híbridos combinam sustentabilidade financeira e geração de valor socioambiental. Os negócios de impacto podem ser descritos como empreendimentos capazes de gerar receita própria, de se adaptar rapidamente a cenários dinâmicos e de propor soluções inovadoras para as necessidades sociais e ambientais existentes. Eles adotam modelos de governança que levam em consideração não só os interesses de clientes e investidores, mas também da comunidade que afetam. O principal desafio dos negócios de impacto é aliar o cumprimento do modelo de governança com a escalabilidade de suas soluções, ou seja, abrir novos mercados garantido que as soluções tenham impacto social e o negócio seja sustentável financeiramente.

Por outro lado, investimentos geradores de emprego, renda, promotores do desenvolvimento sustentável e da inovação são fundamentais para alavancar os negócios de impacto, e devem vir tanto da esfera privada quanto da pública.

Negócios de Impacto

“Empreendimentos com o objetivo de gerar impacto socioambiental e resultado financeiro positivo
sustentável.”

Investimento de Impacto

“Mobilização de capital público
ou privado para negócios de impacto.”

O que São Negócios de Impacto
Características que definem empreendimentos como negócios de impacto

Quer aprender a estruturar um modelo de negócio de impacto?

O Sebrae te dará as ferramentas para criar um modelo de negócio de impacto socioambiental. Ao final do curso você terá aprendido: como estruturar um negócio de impacto, quais aspectos internos e externos devem ser considerados, como construir um modelo de negócio e testar sua ideia, como planejar e organizar suas finanças, como se posicionar no mercado e como apresentar seu negócio para investidores. Você poderá se inspirar em empreendimentos que estão contribuindo para o desenvolvimento sustentável do país, e compreenderá por meio de exemplos práticos como transformar realidades a partir do empreendedorismo com propósito.

A Economia de Impacto

Os negócios de impacto possuem particularidades importantes que os diferem de um “negócio comum”.

Este tipo de negócio nasce do desejo de protagonizar soluções para os grandes desafios sociais e ambientais – e de aportar soluções de uma forma financeiramente sustentável, por meio da oferta de produtos e serviços, sem depender de doações.
O negócio de impacto expressa de maneira clara a sua intencionalidade (missão/propósito) de resolver, ao menos em parte, um problema social e/ou ambiental. Uma prática comum é alicerçar sua tese de impacto em um dos 17 ODS (Objetivos de Desenvolvimento Sustentável) definidos pela ONU. O sucesso não é medido somente pelo lucro gerado em um determinado período, mas também pelo impacto positivo criado para as pessoas ou para o meio ambiente.

É importante ressaltar que a geração de impacto socioambiental e a sustentabilidade financeira devem estar presentes na atividade principal da organização. Ou seja, a atividade principal, que gera receita, deve ser a mesma que gera impacto. Não é uma ação pontual de responsabilidade social e/ou ambiental. Negócios de Impacto são empreendimentos que promovem resultados sociais e ambientais positivos e que conseguem mensurar este impacto. Cooperativas e ONGs também podem atuar como negócios de impacto, desde que busquem resultado financeiro positivo.

Estes modelos de negócio híbridos combinam sustentabilidade financeira e geração de valor socioambiental. Os negócios de impacto podem ser descritos como empreendimentos capazes de gerar receita própria, de se adaptar rapidamente a cenários dinâmicos e de propor soluções inovadoras para as necessidades sociais e ambientais existentes. Eles adotam modelos de governança que levam em consideração não só os interesses de clientes e investidores, mas também da comunidade que afetam. O principal desafio dos negócios de impacto é aliar o cumprimento do modelo de governança com a escalabilidade de suas soluções, ou seja, abrir novos mercados garantido que as soluções tenham impacto social e o negócio seja sustentável financeiramente.

Por outro lado, investimentos geradores de emprego, renda, promotores do desenvolvimento sustentável e da inovação são fundamentais para alavancar os negócios de impacto, e devem vir tanto da esfera privada quanto da pública.

Imperative 21

Um grupo de empresários, investidores e ativistas sociais tenta mostrar que o mundo mudou, e que o capitalismo de “shareholder”, focado no investidor, deu lugar ao capitalismo de “stakeholder”, focado em todos os públicos. A iniciativa congrega mais de 70.000 empresas e organizações, reunindo cerca de USD 6,6 trilhões em receitas.

Quase 50 anos após o lançamento do primeiro Manifesto de Davos, o Fórum Econômico Mundial lançou em 2020 um novo documento para abordar as realidades de nosso tempo – mudanças climáticas, automação e globalização – reafirmando seu apoio a um modelo de capitalismo mais consciente, focado não apenas nos resultados para os acionistas das empresas, mas para todas as outras partes interessadas, como a sociedade, fornecedores, funcionários, entre outros. A iniciativa foi seguida da campanha global “Redefina o Capitalismo”, com ações previstas em Nova Iorque, Londres, Washington, São Paulo e outras cidades. Os fundadores da coalizão global são o B Lab, The B Team, o CECP (Chief Executive for Corporate Purpose), Conscious Capitalism, Coalition for Inclusive Capitalism e Just Capital. No Brasil, a coalizão é formada pelo Sistema B (braço do B Lab na América Latina), Rede Brasil do Pacto Global, Instituto Capitalismo Consciente Brasil e Instituto Ethos.

A transformação proposta pela Imperative 21 se baseia em três pilares: design para uma economia de interdependência; investimentos para que todos os passos do sistema produtivo sejam mais justos; criação de valor para todos os stakeholders.

Reproduzir vídeo

IMPERATIVOS PARA A MUDANÇA DO SISTEMA ECONÔMICO

DESIGN PARA INTERDEPENDÊNCIA

INVESTIR EM JUSTIÇA SOCIAL

DIRECIONAR OS NEGÓCIOS PARA OS STAKEHOLDERS

Economia de Francisco e Clara

Proposta de uma economia mais ética que reuniu jovens empresários e economistas de todo o mundo em novembro de 2020, na Itália. “Tudo está intimamente ligado e a proteção ambiental não pode ser separada da justiça aos pobres, da solução dos problemas estruturais da economia mundial”, destacou o papa Francisco, ao convocar a todos para entenderem as consequências de suas ações diárias e como permanecer neutro diante da desigualdade econômica e social não é uma opção. Reiterou que é necessário corrigir modelos de crescimento que não respeitem o homem, o meio ambiente e a dignidade da pessoa. Na carta dirigida aos jovens economistas, empresários e empresárias de todo o mundo por ocasião da “Economia de Francisco”, o Pontífice indica o caminho do modelo econômico a ser construído: um novo modelo econômico, portanto, “fruto de uma cultura de comunhão, baseada na fraternidade e na equidade”. São em particular os jovens, artesãos do futuro, os chamados a tecer a economia de Francisco e Clara.

– Em vez de competição, colaboração.
– Em vez de egoísmo e individualismo, generosidade.
– Em vez de exploração, processos sustentáveis.
– Em vez de acumular, distribuir.
– Em vez do consumo em excesso, o necessário
– Em vez de ganância, altruísmo.

Conheça alguns dos preceitos deste movimento:

Carta da Terra

A Carta da Terra foi idealizada pela Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento das Nações Unidas, em 1987. Sua primeira versão foi elaborada na Rio 92, a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento (CNUMAD). Mas o documento somente foi ratificado e assumido pela Unesco em 2000 no Palácio da Paz em Haia, Holanda.

A Carta da Terra é uma declaração de princípios éticos para a construção de uma sociedade global justa, sustentável e pacífica. Busca inspirar todos os povos a um novo sentido de interdependência global e responsabilidade compartilhada, voltado para o bem-estar de toda a família humana, da grande comunidade da vida e das futuras gerações. Oferece um novo marco, inclusivo e integralmente ético para guiar a transição para um futuro sustentável.

Ela reconhece que os objetivos de proteção ecológica, erradicação da pobreza, desenvolvimento econômico equitativo, respeito aos direitos humanos, democracia e paz são interdependentes e indivisíveis.

O documento é resultado de uma década de diálogo intercultural, em torno de objetivos comuns e valores compartilhados. O projeto começou como uma iniciativa das Nações Unidas, mas se desenvolveu e finalizou como uma ação global da sociedade civil. A legitimidade do documento foi fortalecida pela adesão de mais de 4.500 organizações, incluindo vários organismos governamentais e organizações internacionais.

A Carta é um chamado para a ação, que agrega novas dimensões significativas de valores às que já se encontram expressas em outros documentos relevantes e, ainda, uma Carta dos povos que deve servir como um código universal de conduta para pessoas, para instituições e para Estados.

Desafios Para o Futuro

“A escolha é nossa: formar uma aliança global para cuidar da Terra e uns dos outros, ou arriscar a nossa destruição e a da diversidade da vida. São necessárias mudanças fundamentais dos nossos valores, instituições e modos de vida. Devemos compreender que, quando as necessidades básicas são atingidas, o desenvolvimento humano deverá ser primariamente centrado em ser mais, não em ter mais. Temos o conhecimento e a tecnologia necessários para abastecer a todos e reduzir os nossos impactos no meio ambiente. O surgimento de uma sociedade civil global está a criar novas oportunidades para construir um mundo democrático e humano. Os nossos desafios ambientais, econômicos, políticos, sociais e espirituais estão interligados, e juntos podemos preparar soluções inclusivas.”

Sistema B

As Empresas B são negócios que atendem aos mais altos padrões de desempenho social e ambiental, a critérios de transparência e de responsabilidade legal em equilibrar lucro e propósito.

A Comunidade Global de Empresas B está acelerando uma mudança cultural para redefinir o sucesso nos negócios e construir uma economia mais inclusiva, equitativa e regenerativa. Ao aproveitar o poder dos negócios as Empresas B usam os lucros e o crescimento como um meio para uma força para o bem: geração do triplo impacto positivo para seus funcionários, comunidades e meio ambiente.

A Certificação como Empresa B não é apenas uma forma de reconhecer as qualidades de um produto ou serviço. Ela se preocupa em acompanhar e medir fatores que vão além do desempenho econômico do negócio, levando em consideração, acima de tudo, o desempenho social e ambiental que a empresa gera no curso da sua operação. Para isso, utiliza a Avaliação de Impacto B (BIA), ferramenta gratuita, on-line e exclusiva que permite analisar e acompanhar a evolução da performance da sua empresa de acordo com os mais altos padrões de desempenho e impacto positivo reconhecidos pelo mercado. A análise é realizada em cinco áreas: Governança, Trabalhadores, Clientes, Comunidade e Meio Ambiente.

As Empresas B assumem um compromisso de melhoria contínua diante da sociedade, colocando seu propósito de impacto no centro do seu modelo de negócio.

Precursores do movimento de impacto

A certeza de que é possível gerar transformações por meio de soluções que aliam impacto socioambiental a um modelo de negócios rentável tem mobilizado empreendedores, aceleradoras e incubadoras comprometidas em apoiar e qualificar esses negócios e investidores que estão redefinindo lucro e propósito em busca de maneiras mais efetivas de gerar impacto positivo na sociedade e no planeta.

O modelo dos negócios de impacto foi instituído a partir do movimento liderado pelo economista, ganhador do prêmio Nobel da Paz e pioneiro no tema empreendedorismo social, Muhammad Yunus, entre os anos 70 e 80. Ele é fundador do Grameen Bank e de outras 50 empresas em Bangladesh, a maior parte delas como negócios sociais, que foram criadas a partir da concessão de pequenos empréstimos para os pobres sem as garantias e exigências tradicionais dos bancos comerciais. O movimento se espalhou por quase todos os países do mundo, incluindo Inglaterra, EUA, Canadá e vem se enraizando mais recentemente na Índia, Coreia do Sul e Tailândia, expandindo globalmente os conceitos de empreendedorismo social.

Outra importante liderança na área de impacto é Ronald Cohen. presidente do Global Steering Group for Impact Investment e “papa” dos negócios de impacto. Ronald Cohen é um empresário egípico-britânico que presidiu a Força-Tarefa de Investimento de Impacto Social criada sob a presidência do G8, no Reino Unido.

Conheça as ideias destes precursores:

“Sete princípios do negócio social” Mohammad Yunus
1. O objetivo do negócio será superar a pobreza ou um ou mais problemas (como educação, saúde, acesso a tecnologia e meio ambiente) que ameaçam as pessoas e a sociedade; não a maximização de benefícios.
2. Sustentabilidade financeira e económica
3. Os investidores recuperam apenas o montante de seu investimento. Nenhum dividendo é dado além do valor do investimento.
4. Ao devolver o valor do investimento, os lucros da empresa permanecem com a empresa para expansão e melhorias.
5. Sensível ao gênero e ambientalmente consciente.
6. A força de trabalho recebe um salário de mercado com melhores condições de trabalho.
7. Faça com alegria.

“Princípios da revolução de impacto” Ronald Cohen
1. Impacto é a medida do benefício de uma ação para a sociedade e para o plane-
ta – devemos colocá-lo no centro de nossa consciência.
2. Ao tomar decisões de negócios e investimentos, devemos adotar um novo para-
digma de risco-retorno-impacto.
3. É possível fazer bem e fazer o bem ao mesmo tempo.
4. O impacto pode ser medido e comparado.
5. Devemos nos unir para adotar modelos de impacto de pagamento por resultado.
6. Devemos mudar para medir os resultados, não as atividades.
7. Empreendedores de impacto são poderosos aliados e devemos apoiar seus esforços globalmente.
8. Devemos agir agora. Nunca houve maior necessidade ou melhor momento.

“Princípios da revolução de impacto”
Ronald Cohen

A revolução tecnológica está sendo seguida pela revolução do impacto, que nasce da simples ideia de que podemos romper com o foco único do capitalismo no lucro para gerar lucro e impacto social simultaneamente, redirecionando grandes quantias de dinheiro para melhorar o mundo.

Ao combinar lucro e impacto, transformamos fundamentalmente a natureza do nosso sistema, de forma que não seja mais aceitável dizer “Meu negócio é apenas ganhar dinheiro”.

Nossa mentalidade coletiva já começou a se transformar em favor do impacto.
Investidores e empresas estão se tornando mais conscientes tanto do ponto de vista social quanto do ambiental. Empreendedores de impacto estão começando a ter acesso ao capital necessário para trazer à tona ideias brilhantes e transformadoras. Governos em crise fiscal começam a descobrir o valor de aproveitar as inovações do setor privado, canalizando seus talentos e capital na busca de melhores soluções para os desafios da sociedade.

Filantropos estão liderando a apresentação de resultados tangíveis.
Mais do que nunca tem se tornado possível para todos – pobres ou ricos, jovens ou velhos – não apenas habitar esse frágil planeta, mas atuar como seus protetores.
(…)

Visualize um mundo onde a desigualdade está diminuindo. Onde os recursos naturais são regenerados e as pessoas podem liberar todo seu potencial e tirar proveito de uma prosperidade compartilhada. Um mundo focado não
apenas em minimizar danos, mas em fazer o
bem de forma mensurável. Este é o propósito da Revolução do Impacto.
Cada um de nós tem um papel a desempenhar. Qual é o seu

Sobre Impacto

Um Guia para a Revolução do Impacto” de Ronald Cohen

Expansão do movimento no Brasil

O movimento de impacto é formado por empresas e organizações tão distintas em seus objetivos quanto em sua origem, podendo incluir iniciativas de Ongs com retorno financeiro, cooperativas, startups, movimentos comunitários, empresas de inovação, entre outros. O mapeamento feito pela Pipe Social aponta a existência de 1.272 empreendimentos deste tipo no país em 2021, embora o número possa ser muito maior, já que existem também empreendimentos protagonizados por ONGs, cooperativas e startups de inovação que se confundem com a área de impacto. Somente na área de inovação há cerca de 22 mil startups em operação,de acordo com o Sebrae, espalhadas em 78 comunidades de empreendedores, muitas delas trabalhando para promover soluções com conhecimento de ponta a problemas ambientais e sociais.

No Brasil, o movimento em prol dos investimentos e negócios de impacto iniciou em 2014, liderado pela Força Tarefa Brasileira de Finanças Sociais (FTFS) a partir da mobilização de organizações da sociedade civil, com a missão de mapear, conectar e apoiar atores e agendas estratégicas para destravar fontes de investimento, apoiar empreendedores de negócios de Impacto e fortalecer organizações intermediárias do ecossistema.

A Força Tarefa de Finanças Sociais – uma mobilização de organizações da sociedade civil – impulsionou a instituição da Estratégia Nacional de Investimentos e Negócios de Impacto (Enimpacto), em dezembro de 2017. A Enimpacto é uma articulação de 26 instituições que fomentam este novo ecossistema de negócios no Brasil. Visa promover um ambiente institucional favorável ao desenvolvimento dos negócios de impacto, reunindo diferentes órgãos de governo e da sociedade: entidades empresariais, fundacionais, organizações não governamentais, comunidade científica e tecnológica. Com um projeto de longo prazo instituído até 2027, a Estratégia tem 72 ações distribuídas em 04 eixos de atuação.

A proposta para a criação do Sistema Nacional de Investimentos e Negócios de Impacto (Simpacto) foi desenvolvida no âmbito da Enimpacto, a partir de 2021.

Linha do Tempo Movimento de Impacto no Brasil

2014

Nasce a Força Tarefa de Finanças Sociais, criada a partir da mobilização de organizações da sociedade civil para mapear e apoiar empreendedores de negócios de impacto, fortalecer organizações intermediárias e destravar fontes de investimento.

Força Tarefa de Finanças Sociais lança publicação sobre os avanços e desafios para financiar soluções inovadoras para problemas sociais 
(saiba mais)

2015

A Força Tarefa de Finanças Sociais realiza um mapa de oportunidades e desafios dos investimentos e negócios de impacto no Brasil com 15 recomendações para o ecossistema em 2020.

Finanças Sociais: Soluções Para Desafios Sociais e Ambientais
(saiba mais)

2016

O Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) firma acordo de cooperação técnica com a Força Tarefa de Finanças Sociais. Forma-se um grupo de trabalho com a participação de diversos órgãos federais com uma agenda para estruturar a Enimpacto.

2017

2019

Decreto 9244 de Instituição da Estratégia Nacional de Investimentos e Negócios de Impacto (Enimpacto)
Reedição do Decreto de Instituição da Enimpacto

Decreto 9.977
(saiba mais)

2021

Decreto 9244 de Instituição da Estratégia Nacional de Investimentos e Negócios de Impacto (Enimpacto)
Reedição do Decreto de Instituição da Enimpacto
Proposta de Desenvolvimento do Simpacto (Sistema Nacional de Investimentos e Negócios de Impacto) no âmbito da Enimpacto

2021

2022

Oficinas de Cocriação do Simpacto em parceria com a Escola Nacional de Administração Pública (ENAP)

2022

Criação do Grupo de Articulação Pró-Simpacto (GAS)

Manifesto GAS
(saiba mais)

Investimentos crescentes para fomentar uma nova economia

O investimento em negócios de impacto é estratégico para a reativação econômica pós-pandemia e desafia a visão antiga de que questões sociais e ambientais devem ser endereçadas apenas por doações filantrópicas e que investimentos de mercado deveriam focar exclusivamente em atingir retorno financeiro. Investidores de impacto atuam dentro de uma nova lógica de fazer negócios e de pensar o capital. Eles obtêm retorno financeiro ao mesmo tempo em que viabilizam soluções inovadoras em larga escala para o enfrentamento dos grandes desafios socioambientais de nosso tempo, exercendo seu protagonismo por meio de suas decisões de investimento.

No fechamento de 2020, em plena pandemia, havia no Brasil R$ 11,5 bilhões em ativos sob gestão investidos em empresas de impacto, o equivalente a 2,21 bilhões de dólares, segundo estima a mais recente pesquisa divulgada pela Aspen Networks Development Entrepreneurs (Ande). Esse montante vem crescendo 39% ao ano, desde 2018. No mundo, o total de ativos sob gestão já chega a 1.164 trilhão de dólares.

No Brasil, a década iniciou com uma característica que representa uma vantagem econômica única para o país: há claro interesse de investidores internacionais pela manutenção e melhor gestão do capital natural do país, combinando a produção de alimentos, energia e oportunidades de investimento em negócios sustentáveis, em escala rara em outras nações.

Conheça alguns mecanismos de investimentos para negócios de impacto

O Contrato de Pagamento Baseado em Resultados refere-se a um contrato público-privado que tem como objetivo o financiamento eficiente de projetos sociais de alto impacto por meio de um contrato de pagamento baseado em resultados: foco contratual exclusivo no resultado. É uma nova forma de financiamento em escala para resolver problemas sociais com uma abordagem de pagamento por resultado. É um investimento com finalidade social que só se paga se a finalidade social for alcançada. Entre suas características, pode-se destacar que reúne recursos privados, públicos e de organizações multilaterais (“Investidores sociais” que aportam o capital inicial) com esse critério de pagamento por resultados. Da mesma forma, é uma ferramenta que permite ajustes ou adaptações a desvios ou resultados que não são alcançados.

Os Títulos Sociais são instrumentos de dívida nos quais os recursos são aplicados exclusivamente para financiar ou refinanciar, parcial ou totalmente, projetos sociais elegíveis, sejam novos e/ou existentes e que estejam alinhados com os quatro principais componentes dos Princípios de Títulos Sustentáveis. A aplicação dos Fundos nos Títulos Sociais é ampla, incluindo o financiamento de infraestrutura básica, saúde, habitação e emprego.

Títulos Verdes são qualquer tipo de título em que os recursos são aplicados exclusivamente para financiar ou refinanciar, no todo ou em parte, projetos verdes elegíveis, sejam novos ou existentes e que estejam alinhados com os quatro principais componentes dos Títulos Verdes. GBP: (Princípios de Títulos Verdes)

A emissão e os empréstimos de títulos verdes se expandem rapidamente e atingiram um recorde global de US$ 202 bilhões em 2019. A emissão de títulos verdes no Brasil acompanhou as tendências internacionais positivas, mas atingiu apenas uma fração de seu potencial. O mercado brasileiro é o principal da América Latina e do Caribe. A quantidade de títulos verdes emitidos no país, desde 2014, está em US$ 5,1 bilhões até o momento e a maioria dos períodos de vencimento são entre cinco e dez anos (CBI, 2019). Os atuais instrumentos do mercado de capitais no Brasil focam, sobretudo, nos setores agrícola e florestal: Certificado de Recebíveis do Agronegócio (CRA) e Letra de Crédito do Agronegócio (LCA), que somaram transações acima de US $46 bilhões.

Títulos Sustentáveis ​​são aqueles que, além dos benefícios sociais, apresentam benefícios ambientais. Os recursos são aplicados exclusivamente para financiar ou refinanciar uma combinação de Projetos Verdes e Projetos Sociais. Os Títulos Sustentáveis ​​estão alinhados com os quatro pilares principais dos Princípios de Títulos Verdes (GBP) e Princípios de Títulos Sociais (SBP).

Saiba mais sobre investimentos em negócios de impacto em:

plugins premium WordPress